OS CÂNONES DE DORT (1): INTRODUÇíO E CONTEXTO

Nesta série, vamos entender o que significou Os Cânones de Dort com o Dr. R. Scott Clark. Todo conteúdo está postado numericamente em ordem subsequentes, para ter amplo e completo entendimento em torno dos Cânones de Dort é necessária que siga as dispensações nas quais os artigos foram publicados aqui no site. Este texto é o primeiro artigo da série, visite todos os artigos da série clicando aqui.

§

Poucos dos nossos documentos confessionais reformados são tão valiosos, porém ainda tão negligenciados quanto os Cânones de Dort. Hoje, a maioria das pessoas que os conhece pensa neles como os chamados “Cinco Pontos do Calvinismo” ou TULIP: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos.

Estranhamente, para muitos, especialmente para aqueles que se descrevem como jovens, inquietos e reformados, os “Cinco Pontos” se tornaram o todo e acabaram sendo tidos, em si, como a “teologia reformada”. A verdade é que há muito mais na teologia reformada do que os cinco pontos. De fato, é anacrônico e reducionista chamá-los de “Cinco Pontos do Calvinismo”. É anacrônico porque Calvino estava morto há 54 anos quando o Sínodo de Dort se reuniu na Holanda. É reducionista porque os Cânones nunca foram destinados a ser algo como uma declaração completa da fé Reformada.

Eles foram o produto da deliberação eclesiástica sobre a tentativa de alguns dentro da Igreja Reformada na Holanda fundamentalmente para revisar nossa doutrina da salvação. Os Cânones não falam sobre muitos outros tópicos da teologia, da piedade e da prática reformada. Além disso, o que as igrejas estavam defendendo era a Palavra de Deus como confessada pelas igrejas, e não as formulações de um único pastor, por mais significativo e influente que fosse, em Genebra. “Calvinismo” foi um apelido dado à teologia reformada por seus críticos luteranos. As igrejas e teólogos reformados se descreveram como reformados.

De fato, como Richard Muller observou há anos, até o acróstico TULIP é enganoso. Não reflete com precisão a ordem das doutrinas abordadas nos cânones, que seria: ULTIP. Nos “Cinco Pontos” não há cinco pontos distintos por causa da Terceira e Quarta Cabeças da Doutrina de um ponto, por assim dizer.

A única razão pela qual o Sínodo emitiu cinco pontos é porque os Remonstrantes (isto é, os Protestadores) publicaram seu protesto em cinco pontos, em 1610, cerca de um ano após a morte de Jacob Harmenzoon (Latin, Arminius – Jacó Armínio), o líder do movimento, em 1609. Os cinco pontos reformados foram apenas e sempre destinados a ser uma resposta específica, ponto a ponto, aos cinco pontos formulados pelos Remonstrantes (isto é, os arminianos). Mais»

    Post authored by:

  • R. Scott Clark
    Author Image

    R.Scott Clark is the President of the Heidelberg Reformation Association, the author and editor of, and contributor to several books and the author of many articles. He has taught church history and historical theology since 1997 at Westminster Seminary California. He has also taught at Wheaton College, Reformed Theological Seminary, and Concordia University. He has hosted the Heidelblog since 2007.

    More by R. Scott Clark ›

Subscribe to the Heidelblog today!


One comment

Comments are closed.